Meu tio Salomão,
falecido e de saudosa memória, era um antigo quadro da esquerda polonesa que se
radicou no nosso país. Certa vez, numa conversa, ele me advertiu sem maiores
delongas:
“Moishe (meu nome
de família em hebraico), o PT não é socialista de jeito nenhum. O máximo que irá
fazer, caso chegue ao poder, é dar alguma esmola para os pobres para deixá-los
contentes. Irá enganá-los. O PT não é socialista de jeito nenhum. É só
populista e mesmo assim da pior espécie”.
Esta sábia profecia
foi feita nalgum momento em meados dos anos 1980, bem antes do governo Lula e
da indigesta sucessora deste, a senhora Dilma Rousseff. Caberia arrematar,
entendo que meu Tio Salomão estava coberto de razão.
A fundamentar o
vaticínio do meu tio, o que segue é um breve parecer a respeito de entronizado ponto
da política econômica de Lula, que sua sucessora Dilma Rousseff tentou sem
sucesso dar continuidade.
No caso, o tópico em
foco neste texto é a expansão do consumo conspícuo, os desdobramentos do que permite
ser catalogado como “cidadania do consumo”, favela high tech e a
chamada “Nova Classe Média” (NCM).
No tocante à NCM, tratou-se
de um segmento que na esteira dos 36 milhões de brasileiros supostamente
resgatados da miséria por Luís Inácio Lula da Silva, marcou presença enquanto reincidente
factóide de apaixonada pregação política do Partido dos Trabalhadores (PT).
Isto é claro, até este projeto ser erodido pelas contradições
geradas no seu interior, com marcos nas massivas manifestações de rua iniciadas
em 2013; no crescente isolamento político de Dilma Rousseff, patente na onda de
“panelaços” que ecoou no país inteiro desde princípios de 2015; no processo de impeachment
da presidente Dilma em 2016; e também, na derrota acachapante do PT nas
eleições municipais em dois de Outubro de 2016.
Antes, porém da
desidratação do PT, cabe avaliar os fatores conjunturais que abriram caminho para o surgimento do fenômeno da expansão do
consumo na Era Lula & Dilma Rousseff, pilastra que durante muitos anos
assegurou a pretensão do PT em se eternizar no comando político do país.
Assim, um conjunto de dados permite identificar no cenário
econômico brasileiro a partir de meados dos anos 2000, um lapso de oito anos
identificado com as propostas econômicas endossadas na primeira gestão do Presidente
Lula (2003-2006), que ganhando corpo durante a segunda gestão (2007-2010), corroboraram
a irrupção de uma “bolha de consumo”.
A nota peculiar deste
período foi a ampla projeção alcançada por vários programas sociais, e
paralelamente, o aumento real da renda dos assalariados e a estruturação de uma
política macro-econômica voltada para o consumo, subvencionada em bom grau pela
expansão das linhas de crédito.
No mais, nas duas
gestões do Presidente Lula a economia brasileira beneficiou-se por uma demanda global
atípica por commodities, cujos preços foram inflados nas bolsas de
mercadorias em razão de vultosas encomendas de ferro, proteína animal, soja,
milho, açúcar e mercadorias semiprocessadas, em especial por parte da China,
que desde os anos 1970, despontou como nação líder da expansão econômica global.
Gerou-se, pois uma
zona de conforto gerada por demandas externas, beneficiando o Brasil com certa
bonança econômica. A multiplicação das receitas propiciadas pela exportação,
pelo endurecimento do fisco, junto com a injeção de investimentos estrangeiros diretos,
lado a lado com os frutos resultantes da estabilização da moeda encetada nas
duas gestões do Presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-1998 e 1999-2002),
alargou a base de excedentes que forraram o caixa da administração federal.
Foi então possível
destinar vultosos recursos para a ampliação dos quadros da administração
pública e das empresas controladas pela esfera federal, assim como para alargar
a base demográfica dos beneficiados pelas políticas de proteção social e de
transferência de renda, caso emblemático do Programa Bolsa Família, ações que
ultrapassaram o marco econômico para também se tornarem um importante ativo
político do PT.
Saliente-se que estas
medidas, ao expandirem o poder de compra da população, apresentaram frutos que
surpreenderam muitos analistas do meio econômico. Um bom exemplo é o que foi
visto em regiões como o Nordeste: um verdadeiro exército de novos consumidores
ingressou no mercado consumidor, animando a economia e gerando efeitos
exponenciais para o comércio das metrópoles e mercados regionais e locais.
Tudo parecia conspirar
para uma percepção entusiástica do Brasil. Aparentemente, um novo tempo de
abundância parecia finalmente alcançar os espaços esquecidos da pobreza urbana,
criando uma onda de euforia materializada, por exemplo, na emblemática capa da
conceituada revista The Economist, datada de Novembro de 2009 (Figura
1).
Figura 1: A apoteótica imagem
do Brasil triunfante na Gestão Lula. Na capa, a estátua do Cristo Redentor do
Rio de Janeiro se lança triunfante no céu tal qual um foguete, anunciando um
período de projeção internacional para o Brasil e de prosperidade para o povo
brasileiro.
Mais ainda, o aumento
de ingressos propiciados pelas exportações, vitaminando o superávit na balança
de pagamentos, deu fôlego para um boom nas expectativas econômicas, que
junto com as medidas já mencionadas, calçaram a aparição da chamada NCM.
Anote-se que os peritos
da mercadologia - que disparadamente são os mais atentos ao que acontece de
novo na esfera do consumo - identificaram na NCM grande naco de egressos de setores
menos pauperizados das periferias urbanas das metrópoles, grupos que durante
décadas foram cativados pelas peças imaginárias da indústria cultural no afã
pela aquisição de bens.
Decerto, a
suscetibilidade da NCM às mensagens televisivas transparece como um dado
inquestionável, igualmente substantivada no fomento ao consumo por imagens vertidas
dia e noite por todos os meios de comunicação, martelando um ideário consumista
legitimado por padrões de interatividade baseados na abdução do senso crítico, codificação
esta que mistifica a relação do consumidor com o universo dos bens de consumo.
Note-se que conquanto
a audiência histórica da televisão brasileira, formada por grupos de classe
média e alta que nos anos 1960 já ligavam aparelhos de TV nas suas residências,
deixou de modelar seus hábitos e imaginário pelo que era oferecido ao olhar pela
programação da televisão comercial, substituída que foi pelos canais da TV por
assinatura. Mas tal não ocorreu com a NCM.
Do ponto de vista
comunicacional, a fatia de público Classe C, tal como caracterizada pelos
comunicólogos da TV, manteve-se alimentada pelo imaginário das principais
emissoras da televisão comercial, audiência fidelizada por pacotes midiáticos
formatados especialmente para o gosto desta fatia de público, notoriamente
patrocinados por firmas atentas ao novo filão de consumidores que surgiu no
bojo dos dois mandatos do Presidente Lula.
A
mais ver, passando a desfrutar da oportunidade de exercer, mesmo que em moldes
diferenciados e subalternos, o papel de protagonista no consumo, a irrupção da
NCM constituiu fator essencial para explicar a forte ampliação da demanda por
bens.
Parabólicas
emergiram repentinamente nas favelas. Computadores, ar condicionado, freezers,
celulares, smartphones, comida pronta e lap tops (assim como
produtos da “linha branca”) se universalizaram. Agora passavam a fazer parte do
dia-a-dia das periferias urbanas do país.
O
comércio se tornou uma locomotiva irrefreável, com multidões indo às compras. O
pleno emprego - aparte a fragilidade estrutural da incorporação de novos
integrantes na população economicamente ativa do país - bombava índices nunca
vistos. A geração de resíduos aumentou. Em 2009 o país em 2009 desovou 1,15
kg/hab./dia de lixo, média comparável à européia, estimada em 1,2 kg/hab./dia.
De fato, todos os informes da área comercial confirmam que no
país, a aquisição de eletrônicos, alimentos processados, materiais de
construção, bens de uso pessoal, bens duráveis e muitos itens da pauta
catalogada pelo receituário mercadológico como “objetos de desejo”, assistiu, a
partir de meados dos anos 2000, uma expansão nunca vista pelos agentes
econômicos, responsável pelo que inclusive o autor deste artigo qualificou em
diversos outros momentos como “Favela High Tech” (Figura 2).
Figura 2: Imagem representativa dos
felizes tempos da Favela High Tech, publicada pela Revista Exame, edição
especial em língua inglesa de Dezembro de 2010. O subtítulo abaixo da foto é
uma representação alegórica do que era pensado do Brasil na Era Lula: “Simone
Reis, do Rio, que agora comercializa Victoria’s Secret na Internet: sua
renda na internet é o dobro do salário que ganha como assistente de cozinha num
restaurante”.
Contudo, se o conceito de NCM contribui para explicar os anos
felizes de incremento do consumo nas duas gestões Lula - e em menor escala na gestão
Dilma Rousseff, quando este modelo inicia uma estrepitosa derrocada - ao mesmo
tempo o conceito sugere ressalvas e reparos.
Sublinhe-se que exatamente por interpretar um fluxo que ganha
corpo basicamente a partir de impulsos conjunturais de demanda, a NCM, a
começar pelo fato de evocar de modo quase exclusivo um nexo fundado no fenômeno
da ampliação do consumo, carece conceitualmente de amparo sociológico mais
consistente.
Para ser mais claro: o conceito de NCM insere fragilidades que
comprometem sua eficiência enquanto instrumental científico. De pronto, permite-se
ponderar que não existe na história da sociologia nenhuma teorização a demarcar
classe social exclusivamente por faixas de renda e tampouco, exclusivamente
pela inserção num mercado de bens.
Neste quesito, as
ciências sociais tem seguidamente demonstrado a necessidade de estudos
rigorosos e aprofundados para demarcar teoricamente a circunscrição da
estrutura de classes de uma sociedade, algo que apenas excepcionalmente pode
ser fruto de uma conjuntura particular.
Invocando clássico
saber antropológico e sociológico, a historicidade do social admite a
cristalização de diversas configurações histórico-estruturais particulares, que
se revelam ao nível das estruturas de apropriação do excedente, da dominação
política e do empreendedorismo cultural, notações que levam em conta um heterogêneo
pacote de variáveis, implicando na recusa por modismos e quaisquer
simplificações.
Não há dúvida alguma
que as classes sociais têm na renda e nos diferentes níveis de acesso à riqueza
social um elemento importante de definição. Todavia, nada disto permite propor
que renda isoladamente e muito menos seu sucedâneo mais conhecido - o consumo -
mostrem suficiência para definir níveis de estratificação social.
Na ótica das ciências
sociais, a NCM insere dificuldades em ser equiparada com a noção tradicional de
classe média, definição que circunscrevendo uma teorização complexa, exigiu no
passado, exaustivos esforços de análise dos cientistas sociais.
Por isso mesmo, não foram
poucas as vozes contestando que o país teria observado a partir das políticas
adotadas pelo governo Lula e pela expansão das compras por meio de crédito
farto, o surgimento de uma verdadeira “nova classe média”.
Isto posto, focar tão somente
o poder de compra para definir a NCM, desconsidera pontuações de capital
importância: valores, costumes, gostos e visão de mundo, que delimitam um
capital cultural fundamental para a formação e identidade das classes sociais.
Justamente por basear-se
em elementos acessórios da estruturação das classes, em particular no que é
definido como bolha ou corrente de consumo, a NCM, até onde as constatações são
ratificadas pelos dados disponíveis, dificilmente poderia ser conceituada como
um “novo” setor intermédio da sociedade.
Por sinal, rubrique-se
que objeções com este viés encontram eco inclusive entre economistas que se
distinguiram pela participação e adesão ao projeto político dos dois governos
Lula (este seria o caso, dentre outros, do sempre citado economista Márcio Pochmann).
Assim, sendo a NCM um fenômeno
episódico - tanto quanto a própria bolha de consumo - seria discutível um
entendimento de que ocorreu efetiva inclusão social e econômica, ou apelando
para um recorte antropológico, inserção plena no sistema simbólico que anima o
mundo da aquisição de bens.
Esta ponderação, por
sinal, é visível na aderência contraditória da NCM com os espaços e ambientes
que expressam a sociedade de consumo, a começar com a ambientação fashion
dos espaços purpurinados dos shoppings.
Não é a toa que sendo
a inserção da NCM na sociedade real altamente volátil e crivada por contradições,
que se torna inteligível a ocorrência de vários “rolezinhos”, principalmente a
partir do segundo semestre do ano de 2013, nos shoppings das grandes
capitais.
Em tais eventos, organizados
via celular, a juventude pertencente à NCM, que instintivamente ganhou a
compreensão de que acesso não é inclusão, passaram a manifestar seu
inconformismo através de manifestações relâmpago gênero flash mob.
Significativamente,
estes eventos alarmaram o público freqüentador habitual destes
estabelecimentos, que interpretaram a presença dos jovens como “arrastões” de
bandidos, arruaceiros e delinquentes. Claro sinal de que a NCM não estava em definitivo
integrada ao modelo que tanto a seduziu.
Certo é que socialmente
a partir do ano 2001 a
equação social brasileira apresentou mudanças quanto ao perfil. No período de
2001- 2012 o segmento dos 10% de renda mais baixa no Brasil tiveram um
crescimento da renda 450% maior do que os 10% mais ricos.
Todavia, alterações
com este mote, que na realidade são absolutamente carentes da dimensão
festejada por analistas do período, especialmente os que se prestaram a
municiar uma laudatória pauta de realizações edulcadoras por Lula e pelo PT
como nunca vistas na história do país.
Na prática o que se
tem é que os segmentos pobres, ao duplicarem, triplicarem ou quadruplicarem
seus numerários, perseveram em ser exatamente o que sempre foram, ou seja, pobres,
demonstrando que o mergulho no consumismo açulado pela Era Lula & Dilma
Rousseff não passou de um engodo, de uma gigantesca mistificação com pés de
barro.
Para sintetizar,
convenhamos que os governos do PT não levaram adiante nenhuma reforma
estrutural, assim como não transformaram qualquer uma das supostas
conquistas sociais do partido - dentre as quais o paradigmático Bolsa Família - em política
de Estado.
No máximo, no melhor
estilo de qualquer governo populista de opereta latino-americano, existiram
algumas políticas de governo paliativas, superficiais e nada
substantivas, que não transformaram o vasto prontuário de iniqüidades sociais
que se eternizam no país desde a colonização.
No final das contas,
implantando-se pelo menos algo semelhante à tão propalada justiça social do
ideário esquerdista, e assim alterando a situação real das massas
populares, como o PT poderia manter sob suas rédeas eleitorais as multidões de miseráveis,
sem teto, sem terra, sem qualificação e sem nada que depositavam seu voto na
urna em prol do PT em troca de alguns centavos e das sobras desprezadas do
lauto banquete dos grandes corruptos deste partido?
Na
realidade, tal como antecipado por diversos e estudos especializados, a
exaltação triunfalista do país inspirava cautela, restrições e muito cuidado [1].
Com um boom econômico apoiado basicamente em encomendas globais ocasionais, o panorama bem poderia constituir uma miragem mirabolante despossuída de materialidade social. À vista disso, seria apenas uma bolha de consumo. Nada de progresso, nada de crescimento real (Figura 3).
Com um boom econômico apoiado basicamente em encomendas globais ocasionais, o panorama bem poderia constituir uma miragem mirabolante despossuída de materialidade social. À vista disso, seria apenas uma bolha de consumo. Nada de progresso, nada de crescimento real (Figura 3).
Figura 3:
Nesta capa da edição de Novembro de 2013 da revista The Economist, aparentemente
algo saiu errado. Has Brazil Blown it? (O Brasil estragou tudo?), indaga
a manchete da capa. Na imagem, o antes impetuoso foguete se transforma num busca-pé
desvairado, varando o céu sem rumo, transformado num petardo prestes a acometer
o solo.
Atenha-se
que objetivamente, os problemas estruturais de governança e péssimos
indicadores sociais e educacionais do país não foram efetivamente solucionados
e até mesmo pioraram. Assim, vários casos de má administração e de gestão
temerária, assim como a corrupção nos órgãos administrativos do Estado
brasileiro, tornaram-se alvo direto da decepção e fúria da população.
Embora
inesperada, a reação dos cidadãos era iminente. Os protestos de rua que pespontaram
pelo Brasil em junho de 2013 surpreenderam políticos e analistas. Pela primeira
vez no país, uma rede social apoiada por ferramentas digitais, tais como o Facebook,
provou ser um poderoso veículo das mobilizações de massa.
Nestes
dias turbulentos os líderes do PT estavam tentando entender a situação. Mas o
núcleo do partido simplesmente não conseguiu entender o que quer que fosse.
Atordoado, Lula chegou simploriamente a declarar numa entrevista à imprensa:
“Eu preciso entender este tal de Facebook”.
Mas
era tarde demais. Foi quando o PT começou a perder o controle dos corações e
das mentes do povo brasileiro. Claramente, estes acontecimentos explicitaram um
profundo sentimento de frustração motivado por uma bolha de ilusões, mentiras e
cinismo institucionalizado.
A
bolha de consumo criada pela política econômica do PT revelou-se apenas uma
ilusão cruel. Pior ainda, o contexto global excepcional apreciado por Lula, o
antecessor de Dilma Rousseff, tinha desaparecido para sempre.
Por
isso, seria difícil esperar um apoio externo para Dilma Rousseff continuar com
um prosaico “socialismo das mercadorias” ou uma “cidadania do consumo”, na
realidade, um populismo rasteiro e inconsequente, escassamente tecnologizado e
inteiramente despolitizado.
Reconhecidamente, a gestão Dilma Rousseff estava desprovida de quaisquer opções. Portanto, deu no que deu.
Reconhecidamente, a gestão Dilma Rousseff estava desprovida de quaisquer opções. Portanto, deu no que deu.
Quanto
à favela high tech, é fundamental registrar um fato elementar: na
inovação seletiva brasileira, os pobres tiveram acesso aos pulsos digitais.
Porém, quem julgou que a vida dos
excluídos melhorou com as novas montanhas de lixo e os reluzentes aparelhinhos
eletrônicos que se tornaram parte do cotidiano, errou redondamente.
Nesta
universalização seletiva da inovação, os pobres e miseráveis podem até acessar
impulsos digitais. Mas continuam a ser o que sempre foram: excluídos que moram
em favelas, cortiços e periferias abandonadas.
Então,
tudo o que foi comprado em prestações intermináveis permaneceu - tal como
sempre - alvo da primeira inundação, da violência urbana ou então, os aparelhos
adquiridos a duras penas foram vendidos para fazer caixa.
Do
que se deduz que as ilusões podem ser manipuladas para assegurarem uma paz
idealizada. No entanto, quando as ilusões são instrumentalizadas para mascarar
problemas reais, esta postura está conotada por graves implicações.
Assim,
a favela hig tech foi uma peça de ficção na melhor tradição de um ópio
do povo, nada mais do que uma quimera urdida por um populismo espúrio,
iníquo e condenável, tanto mais problemático pelo fato de que milhões de brasileiros
pobres acreditaram piamente que era real.
Numa
sentença breve e direta: o consumismo dos pobres se foi sem nunca ter sido.
Daí
que urge repensar a realidade brasileira, alterar o modelo estrutural da
economia e reconstruir as instituições políticas. O Brasil exige políticas
públicas reais, gestão de qualidade, uma pauta econômica clara e a implantação
de um império da igualdade de oportunidades, com mais sociedade e menos, muito
menos Estado.
Por
último, mas não menos importante, a sociedade brasileira tem um sério desafio: criar
um novo projeto nacional, para mudar a nação, seu destino e sua história.
Um
projeto nacional a transpirar verdade, pluralidade e transparência, com o povo
brasileiro merece.
É
isso. Sigamos em frente. A luta continua!
Para melhor
compreender o governo do Partido dos Trabalhadores, dois títulos de Maurício
Waldman:
THE
COLLAPSE OF THE HIGH TECH SLUMS: ILLUSIONS OF THE PRESIDENTIAL ERA LULA &
DILMA ROUSSEFF (O COLAPSO DAS FAVELAS
HIGH TECH: ILUSÕES DA ERA PRESIDENCIAL LULA & DILMA ROUSSEFF).
TEXTO DE LIVRE ACESSO
(Free e-book).
THE COLLAPSE OF THE
HIGH TECH SLUMS: ILLUSIONS OF THE PRESIDENTIAL ERA LULA & DILMA ROUSSEFF
discute a suposta inserção dos setores de menor renda no ambiente digital
brasileiro, fabulação que se insere na igualmente hipotética irrupção de uma
"Nova Classe Média", imagem incensada pelos setores governistas
durante a Era Presidencial Lula & Dilma Rousseff (2003-2016).
THE
COLLAPSE OF THE HIGH TECH SLUMS: ILLUSIONS OF THE PRESIDENTIAL ERA LULA &
DILMA ROUSSEFF está disponível para
leitura gratuita. Para acessar e ler, basta instalar o aplicativo
KOBO.
Qualquer
dúvida ou dificuldade, a EDITORA KOTEV está permanentemente disponível para
auxiliar: atendimento@kotev.com.
LINKS:
LIVRARIA CULTURA (São
Paulo, Brasil):
PLATAFORMA
INTERNACIONAL KOBO (Ottawa, Canadá):
LIBRERIE
LA FELTRINELLI (Milano, Itália):
LEIA TAMBÉM:
A TRAGÉDIA DOS
MANANCIAIS DO GRANDE ABC: A DESTRUIÇÃO DOS MANANCIAIS E DAS ÁGUAS DOCES NO
BERÇO DO PARTIDO DOS TRABALHADORES
A TRAGÉDIA DOS
MANANCIAIS DO GRANDE ABC: A DESTRUIÇÃO DOS MANANCIAIS E DAS ÁGUAS DOCES NO
BERÇO DO PARTIDO DOS TRABALHADORES é um material escrito por um autor que além de sólido
conhecimento acadêmico é de igual modo um ativista social.
Faz uma leitura crítica do PT justamente em São Bernardo do
Campo, cidade que foi o berço deste partido. Texto centrado na primeira gestão
do PT em São Bernardo do Campo (1988-1992), a obra revela cenários que permitem
compreender muitos dos embates que marcam a vida política brasileira nos
últimos anos.
Texto confeccionado com conhecimento de causa distingue-se
de obras que se resumem a análises de vaporosos intelectuais de gabinete, que
solenemente ignoram os meandros da política tal como esta realmente se
manifesta na realidade partidária.
Em
tempo: nos dias de hoje, muito tem está se falando no meio militante e entre os
simpatizantes do PT, sobre a necessidade deste partido retornar às origens.
Contudo, A
TRAGÉDIA DOS MANANCIAIS DO GRANDE ABC: A DESTRUIÇÃO DOS MANANCIAIS E DAS ÁGUAS
DOCES NO BERÇO DO PARTIDO DOS TRABALHADORES explicita
que já nas origens se aninhavam vícios que num crescendo incessante,
transformaram o PT no que exatamente hoje ele é.
Assim
sendo, o proposto retorno às raízes do PT pode simplesmente constituir um
atalho direto para a situação em que o PT se encontra. Ou seja: o começo e o
final do PT estão assegurados por uma linha de continuidade. É uma viagem para
o futuro retornando ao passado.
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Paulo, Brasil):
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Portal da Livraria Cultura:
Plataforma Internacional Kobo:
Librerie La Feltrinelli:
MAURÍCIO WALDMAN é jornalista,
antropólogo, pesquisador, editor, consultor ambiental e professor
universitário. Autor de 16 livros e de mais de 600 artigos, textos acadêmicos e
pareceres de consultoria, Waldman é graduado em Sociologia (USP (1982), Mestre
em Antropologia (USP, 1997), Doutor em Geografia (USP, 2006), Pós Doutor em
Geociências (UNICAMP, 2011), Pós Doutor em Relações Internacionais (USP, 2013)
e Pós Doutor em Meio Ambiente (PNPD-CAPES, 2015).
PARA SEGUIR ESTE BLOG: Existe um botão de Seguir destacado em azul localizado na lateral direita, disponível aos interessados que possuem uma conta Google, que poderão deste modo passar a receber automaticamente notificações a cada nova postagem em FOCO DE FATO.
[1] O autor deste texto toma a
liberdade de sublinhar que além de artigos populares, palestras e conferências
nas quais esta questão foi citada, comentada e debatida, a problemática foi
identicamente registrada em dois Relatórios de Pós Doutorado: Lixo Domiciliar no Brasil: Dinâmicas
Sócio-Espaciais, Gestão de Resíduos e Ambiente Urbano (Instituto de Geocências UNICAMP,
2011) e Dilemas da
Gestão do Lixo: Reciclagem, Catadores E Incineração - Relatório de Pesquisa de
Pós-Doutorado
(PNPD-CAPES, 2015), ambos utilizados como referência para este artigo
eletrônico. Para conhecimento: os dois relatórios serão em breve
disponibilizados na Plataforma Kobo pela Editora Kotev.
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